A paixão nata por movimento e o fascínio desde os tempos de criança pelo universo da câmera fotográfica, acabaram me levando para uma largada fotográfica no ciclismo. Parti com a simples ideia de fazer fotos como fotógrafo que gostaria de ter como ciclista.
A bicicleta que, como meio, sempre levou aqui e acolá, sendo também motivo, passou a dar mais asas. Trabalhando como genuína gregária das minhas lentes. Temos uma corrida? Até parece que sim. Dá para afirmar que os troféus são as cenas ganhas pelo meu olhar.
No Tour de France, do topo de uma montanha mítica assistindo o pelotão descer esticado e, conforme fica distante, fúria e velocidade parecem se transformar em dança, a sincronia é perfeita e em câmera lenta. Uma curva no bairro que, após uma chuva de verão, ganha um contraste diferente e inspira um auto retrato. Um campeão mundial que, pouco antes da chegada, não espera ficar sem forças nas pernas para passar a última subida da corrida e cai de lado. A vaca que aparece e rouba a cena. Longe ou perto, corrida da vida ou treino, rotina ou momento “uma vez na vida”, é fato que uma grande foto pode ser feita (ou estar esperando) em qualquer lugar, momento, circunstância…
Acredito que a arte maior está na raiz, a simples ação de pedalar no ciclismo e o fotografar na fotografia.
Daniel Ferreira
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