Por Edward Pickering

O verão é quando a alma de um ciclista canta mais alto. Adoro um passeio de bicicleta na primavera, com o cheiro de flores no ar, e adoro as cores e o ar fresco do outono. O inverno está bom se o céu é azul. Mas meus melhores passeios de bicicleta são os de verão, quando sinto o calor do sol na minha pele e o calor do ar que passa.

O verão também significa que é hora dos Tour de France. Quando eu era menino, verão significava chegar em casa da escola, pular na minha bicicleta Peugeot Triathlon e sair por 30 ou 40 quilômetros. E voltar para casa a tempo dos destaques do Tour de France às 18h30. Se eu não tivesse tempo para o passeio antes, eu sairia depois – afinal, para que servem as longas noites de verão? Minha relação com a corrida é diferente hoje em dia, principalmente, porque temos muito mais do que 30 minutos de cobertura por dia. Além do Tour de Femmes, que até teve sua versão durante meus tempos de escola, no final dos anos 1980. Mal foi coberto.

Pelo segundo ano em 2023, temos dois Tours de France, com o segundo Tour Femmes levando os ciclistas entre duas das grandes cidades montanhosas da França, Clermont-Ferrand e Pau, imediatamente após o término do Tour masculino. O ‘Tour Hommes’ liga uma grande região ciclística – o País Basco – com a maior cidade do mundo, Paris, através dos Pireneus, do Maciço Central e dos Alpes. Essa sensação de viagem é uma parte intrínseca dos Tours.

As corridas são mais do que uma série de largadas e chegadas e o que acontece entre elas. É uma viagem de descoberta. E a corrida de bicicleta é indissociável da geografia e cultura em que ocorre. Exploramos esses dois temas – nostalgia e a geografia do Tour – profundamente nesta revista. Nossos recursos no Gave de Pau e no Puy de Dôme se baseiam fortemente no cenário das corridas de bicicleta e em como o passado e o presente interagem. Eu também fui entrevistar Phil Liggett, que cobriu 50 Tours e contando.

Eu lembro de ler em algum lugar que a história sempre envia indivíduos para testemunhar grandes eventos, e Liggett é um dos seguidores mais fiéis do Tour. Também entrevistamos Betsy King, uma pioneira dos anos 1980 cuja energia e realizações devem ser inspiração para todos nós.

Mas é importante não viver no passado. Também entrevistamos Tadej Pogačar e Charlotte Kool, que fazem parte do presente e do futuro do esporte, e o Tour que mais me empolga é sempre o próximo. Afinal, memórias são ótimas, mas onde vamos buscá-los se pararmos de produzi-las?

Agora as edições da revista Rouler serão comentadas aqui no podcast Gregario e algumas outras ações de troca de conteúdo estão sendo planejadas. Fique ligado. O primeiro episódio neste formato já está disponível e pode ser ouvido aqui ou no Youtube Youtube